Vamos falar um pouquinho sobre esse amigo da alimentação saudável que é o paladar?
Que pai ou mãe nunca sonhou com uma refeição tranquila, com os filhos sentados a mesa saboreando alimentos nutritivos sem a preocupação se estão comendo a quantidade e qualidade adequadas?
Se entendermos como é construído o paladar da criança, explorarmos positivamente suas preferências inatas e trabalharmos para que sabores desconhecidos sejam incorporados na alimentação diária, é possível tornar real esse anseio.
A capacidade de reconhecer sabores começa ainda no útero com o desenvolvimento primário do olfato e paladar. Presentes no líquido amniótico, diversas moléculas derivadas da dieta da mãe são o início do aprendizado sensorial essenciais no preparo do bebê para as experiências de sabores após o nascimento. (se quiser que seu filho coma bem no futuro, coma bem na gestação)
Durante o aleitamento materno, as oportunidades de reconhecimento de sabores se intensificam. Já é conhecido o fato de que se uma mãe come com frequência determinado alimento durante a lactação, no momento da introdução alimentar o bebê tem mais chances de gostar deste alimento.
Verdade que às vezes tem que oferecer mais vezes para a criança gostar?
As crianças nascem com preferências ao sabor doce e ao umami e aversão ao amargo e ao azedo.
Contudo, apesar das preferências inatas, o paladar é modificável e influenciado pelo ambiente em que as crianças estão inseridas.
A exposição repetida a novos alimentos é uma das estratégias que auxilia a formar o paladar infantil. Os estudiosos relatam que apresentar entre 10 e 15 vezes o mesmo alimento em diferentes formas de preparo é fundamental para que a criança se acostume ao novo sabor e defina sua aceitação ou recusa.
Outro fator que ajuda a definir uma melhor aceitação é o ambiente em que o alimento está inserido. Refeições cercadas de tensão e conflitos, com crianças forçadas a comer certos alimentos pode diminuir a preferência por esses alimentos mais tarde. Por outro lado, experimenta-los em ambiente tranquilo e alegre facilita sua aceitação.
Se conhecem desde o nascimento o doce, como fazer com o candidato a formiga?
Embora a preferência pelo doce seja inata nas crianças, a adição de açúcar é desnecessária e deve ser evitada nos dois primeiros anos, uma vez que a criança está formando seus hábitos alimentares, que perpetuarão para a vida. O consumo de açúcar poderá fazer com que a criança se desinteresse pelas frutas, verduras e legumes e deixe de aprender a distinguir outros sabores.
Em suma, o papel da mãe na manutenção de uma alimentação nutritiva durante a gravidez e lactação somada à exposição repetida a novos alimentos, em ambientes saudáveis são a chave para que a criança desenvolva seu paladar plenamente!
Um abraço, Dra. Mirella
Fonte: Ventura AK, Worobey J. Early influences on the development of food preferences.
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