Se você ficou impactado com o conteúdo da postagem anterior (obesidade 1) e com o conteúdo do vídeo, deve estar se perguntando: como faço para prevenir a obesidade no meu filho?
Prevenir é a palavra chave para esta doença!
Há três períodos críticos da vida, nos quais pode ocorrer o aumento do número de células adiposas por hiperplasia (causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo, aumenta a dificuldade da perda de peso e gera uma tendência natural à obesidade futura):
1. Último trimestre da gravidez (cuidado futuras mamães, seus hábitos alimentares podem modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento)
2. Primeiro ano de vida
3. Adolescência
Então, estes 3 períodos inspiram muito cuidado e zelo alimentar!
E tem algo que se possa fazer para prevenir?
Para prevenir a obesidade, podemos mudar postura!
Gestantes:
1. Evitar o ganho de peso excessivo durante a gestação (o ideal é de 10 a 12 Kg) e dar prioridade a uma alimentação equilibrada e saudável;
2. Manter exercícios físicos durante gestação
3. Bom acompanhamento obstétricos e monitorar fatores de risco associados a prematuridade e baixo peso que se associam a obesidade infantil
Crianças e adolescentes:
1. Acompanhar peso, altura e IMC;
2. Estimular aleitamento materno (lembre-se cada 4meses de aleitamento reduz em 6% o risco de obesidade) exclusivo até 6meses e complementado até 2anos ou mais; caso não seja possível o leite materno, escolher fórmula infantil com perfil proteico equilibrado (lembre-se excesso de proteína ou qualidade ruim de proteína se associa a obesidade);
3. Saber quando o bebê está saciado (parar de mamar, fechar a boca, desviar a face, brincar ou morder o mamilo, dormir);
4. Identificar os tipos de choro, para não associar choro com fome em todas as ocasiões;
5. Orientar a adequada introdução alimentar de acordo com as normativas da Sociedade Brasileira de Pediatria (você acha aqui no site estas informações);
6. Evitar pular ou substituir refeições por lanches;
7. Realizar refeições em família, em ambiente calmo, sem auxílio de TV ou de outros eletrônicos;
8. A criança aprende com os pais, portanto mostrar que também tem uma alimentação saudável (mais frutas, verduras, cereais e menos embutidos, doces, gorduras, doces);
9.Evitar oferecer alimentos com alta densidade calórica como salgadinhos, doces, frituras, refrigerantes;
10. Dar espaço para a criança expressar seus sentimentos. Sentimentos reprimidos podem gerar ansiedade e compulsão alimentar;
11. Estimular exercícios desde bebês (lactentes já podem se exercitar ao rolar em tapetinhos) – ver aqui no site as indicações de exercícios para cada faixa etária;
12. Limitar tempo frente à TV, computador e videogame – ver aqui no site as indicações de uso de telas;
13. Levar lanches saudáveis para a escola;
Além do papel da família na prevenção, sabemos que a escola pode fazer seu papel através de várias medidas como: educação física com exercícios programados e com metas, alimentação saudável seja via merenda seja via cantina, aulas que abordem o tema alimentação saudável.
O poder público também tem seu papel ao construir parques e áreas seguras para prática de esportes, ao construir ciclovias. Também o poder público teria como gerir propagandas de alimentação saudável e anti obesidade, proibir a associação de comidas e brinquedos de brinde bem como exigir da indústria alimentícia que reduza os componentes deletérios de suas preparações.
Não importa em que esfera se ataque a obesidade (família, escola, sociedade), a prevenção sempre será de melhor custo benefício do que tratar a doença já instalada.
Um abraço, Dra. Mirella
Fonte: Obesidade na infância e adolescência: Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019.